sábado, 22 de agosto de 2009

Prudência...

Depois de um longo período sem postar nada voltei para contar pra vocês sobre minhas ultimas férias.Inusitadas...mas sempre férias!Vamos lá.Bom,em cima da hora resolvi mudar meus planos e, do nordeste calorento, resolvi ir para o friorento sudeste (nem tanto assim esse ano). Aportei em São Paulo e de lá peguei seis horas de estrada (em ótima companhia,diga-se de passagem, mas isso é assunto para outra postagem...) até Presidente Prudente,uma pequenina cidade do oeste paulista.

Prudente é uma cidadezinha tranquila,calma,pacata e....deserta!Isso mesmo.Nunca havia conhecido uma cidade tão deserta como essa.Segundo o censo são cerca de 250 mil moradores mas a imprensão que tive foi de que não passavam de cem.Apesar de pouco movimentada não se pode reclamar da sua infra-estrutura: limpa, organizada, sem poluição sonora e bem servida de bares, hotéis e restaurantes. Confesso que apesar de ter passado quase que integralmente todas as férias lá pouco conheci na cidade. Limitava-me a correr no Parque do Povo, perambular pelas ruas semi-desertas e vagar pelos salões locais. Explico: é que minha companhia era aversa à vida noturna ( e diurna também...rs) então não tinha muitas opções em vista.

Bom,vocês devem estar se perguntando o que me prendeu tanto tempo numa cidade assim,pois bem,digo: as pessoas.Sim! As pessoas. Encantei-me com os moradores locais, com o carisma e a recepção de todos que tive oportunidade de conhecer. Diferente de minhas outras viagens onde sempre buscava explorar a região e aventurar-me escalando morros, acampando e pescando dessa vez me propus fazer um turismo "humanal". Como sabem sou historiadora de formação e curiosa de natureza, então, não foi difícil aproximar-me dos nativos. Reconheci nas pessoas dessa pequena cidade aquela gentileza que anda fazendo falta nas relações interpessoais: são honestos, alegres e bem-aventurados. Encontrei pessoas que acrescentaram muito em mim, que na sua humildade deram-me fortes lições de "saber viver" e "como viver". Pude exercitar em mim o espírito de solidariedade sem medo de ser mal interpretada.Posso mesmo dizer que nessas férias tirei férias de mim mesmo. Deixei de lado alguns conceitos, formulei outros, arrisquei-me sem medir consequências e, na contra-mão da cidade para onde fui tudo o que não tive foi prudência...Prudência para amar, prudência para comer, prudência para sair...Descobri que sair da linha de vez enquando e deixar-se levar pelos insignios, pelos instintos é tão necessário nessa vida quanto correr atrás dos sonhos e dos nossos projetos. Sabe aquilo que o poeta dizia no finalzinho do verso: enloucresça? Pois então...foi o que fiz e sobrevivi, ô se sobrevivi...