quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Palavras

Palavras,
palavras,
palavras.
Palavras duras
em voz de mel
machucam,
destroem
o que há pouco era um mundo,
era um plano,
um sonho.
Palavras destroem
antes de se consolidarem.
Mutilam
antes de se formarem.
Arrancam
antes de se darem.
Palavras tem força.
Ventania.
Incognita.
Intrépida.
Dilaceram almas.
Tornam incólumes os corações.
Transformam em noite
o dia ainda adormecido.

Brincadeiras...

Será que brincas
ou é um jogo que me propões?
Atiças-me a imaginação.

Não sei quem és ou o que fazes.
Não conheço teus gostos,
gestos ou reações
mas é tácito que bules comigo,
que me fazes aventurar pelo caminho do desconhecido
à passos ora sorrateiros ora ávidos.

Adio meus discursos à espera dos teus.
Recolho meus afagos na ausencia dos seus.
O beijo...retraído.
A mão...controlada.
O suspiro...contido.
Por quê?
Não sei...
Só sei que gosto,
que me incendeias,
que animas minhas breves noites.

Nosso jogo ou meu jogo?
Loucuras solitárias ou compartilhadas?
Responda-me com um gesto,
um olhar, uma insanidade
porque o mundo,meu anjo, é dos loucos,
dos loucos varridos...
E, as vezes,na ausencia da loucura
o mundo perde seu brilho,
seu real significado.
Acho que falta-me a loucura do seu mundo.

Eu brinco...
Brincas comigo?

quarta-feira, 12 de novembro de 2008



MOMENTOS

Momentos são bons.
Nos fazem sonhar.
Esquecer o tempo ruim.
Abrir as asas e ensaiar um mergulho mais profundo
naquele céu azul.

Momentos são ternos, vívidos e intensos.
Permitem filosofar e até prosear.
Momentos são para viver lentamente,
sentir cada segundo,
cada toque,
cada olhar....
São para capturar o instante mesmo
em que tudo acontece.

Momentos podem ser curtos,
espassados,
anuais
mas sempre serão momentos...
No antes ou no depois
uns valem muito
outros, nem tanto.


Apesar de intensos lembre-se:
são só momentos com data marcada para começar e findar.
Por isso, meu bem, não esqueça jamais:
momentos, de fato, não passam de devaneios,
cochilos intervalares no plano do real.
São bons para dores
mas também deixam sequelas
para quem não sabe distinguir
que eles nada mais são
que momentos passageiros,
sem grandes pretensões...

São ciclos lunares.
Vão e vem.
Repetem-se.
Mas não duram mais que uma lua...

E se sua lua for o planeta inteiro
isso não são momentos
são desejos contidos de um tempo que,
se já não passou,
esta a caminho.
Não estrague tudo.
Tudo tem sua hora.
Tem seu tempo.
Tem seu...momento

E, às vezes, penso que meu momento
não é o seu...


domingo, 26 de outubro de 2008


SE SEU MUNDO FOR O MUNDO INTEIRO
SUA VIDA, SEU AMOR, SEU LAR
CUIDE DE TUDO QUE FOR VERDADEIRO
DEIXE TUDO O QUE NÃO FOR PASSAR...
(Paralamas do Sucesso)

Paris


Só agora percebo

o quanto és importante para mim.

Lembro-te pequena,

inofensiva,

com um olhar longe que me conquistou.

Pus-te no colo

e logo percebi:

eras para mim.

Esperava-mes pacientemente.

Nosso amor foi a primeira vista e,

assim que te aninhei em meu colo

uma promessa me fiz:

proteger-te por toda a vida.

Deste-me tantas provas de tua fidelidade,

de teu amor

que meus olhos enchem-se de lágrimas

ao imaginar meus dias sem ti.

Não deixe-me, pequena Paris.

O que será de mim sem você

para correr por entre minhas pernas?

Pular em mim?

Roer meus móveis e meu caminhar?

Você não pode me privar de teus latidos,

tua graça e candura.

Não me abandones

meu pequeno cão...

Sem ti não saberei sorrir

morreria a criança

que manténs acesa dentro de mim.

Você é a minha melhor história de amor

a que melhor me conhece e,

que mesmo assim, ainda me ama.

Não leves contigo

o que há em mim de melhor...

de mais puro e verdadeiro...

sábado, 13 de setembro de 2008

O Delírio do óbvio




Vinicius que me perdoe, mas peço licença para usar seu título aqui. Hoje pensei em escrever sobre confiança, respeito,amizade, entretanto desistir! As relações humanas estão tão carentes desses valores que acho que ninguém veria graça no meu escrito. Talvez nem se propusessem a ler. Tal qual diriam: - Que falta de assunto, escrever de uma coisinha tão em desuso que ninguém mais lembra o que é!
Por esse fato pensei: - O que mais se usa hordienamente? Não demorou muito e a resposta veio quente: a MENTIRA! Isso mesmo. O homem se utiliza da mentira quase tão urgentemente quanto do oxigênio e, para sobreviver, isso é um recurso inaudito.

O que mais me surpreende é que somos óbvios demais ao mentir. Ao usarmos mea verdades ( para sermos eufêmicos) nos eximimos, quase sempre, de qualquer tipo de veracidade. Mentimos para muitos, mas principalmente para nós mesmos. Acreditamos que os outros não saberão nos entender, mas somos nós que não estamos preparados para lidar com nossas angustias e decepções. Temos medo de nos expor, de mostrar-mo-nos frágeis. Precisamos, cada vez mais, mentir para conquistar as coisas e obter a aprovação das pessoas. Assim, vamos construindo uma história com base em mentiras bem ditas, que repetidas muitas vezes tornam-se falsas verdades. É a falácia das relações humanas. É o delírio do óbvio. É o admirável mundo novo. Precisamos nós proteger urgentemente de nós mesmos.

Eu minto....

domingo, 7 de setembro de 2008

Uma (re) leitura do passado




Ontem voltei a escrever no meu blog e prometo não dar pausas tão longas como anteriormente...Agora, vocês poderão além de ler minhas elocubrações poéticas receber dicas de filmes , livros, artigos e álbuns de música que periodicamente postarei aqui. Deixem seus comentários e sugestões.Façam pedidos também. O que não souber, pesquisarei. E para recomeçar darei uma dica de leitura para o final de semana.

Quem não leu ou já ouviu, durante a infância, a história da chapeuzinho vermelho? Pois é, aquela garotinha de gorro vermelho que mora em uma aldeia no meio da floresta e que vai,a mando de sua mãe, levar frutas e doces para a vovozinha. Essa história ficou mundialmente conhecida pelas mãos dos irmãos Grimm, entretanto, recentemente foi descoberto manuscritos antigos, datados de 1858, no fundo de uma gaveta em um instituto aos arredores de Frankfurt, na Alemanha. Esses manuscritos narram um crime que teria ocorrido nessa aldeia envolvendo uma garotinha de 9-10 anos e sua avó, assassinada no dia 17 de setembro de 1858. Se vocês quiserem conhecer essa outra versão, verídica, da história que embalou nossa infância, leia o livro A desistória da Chapeuzinho Vermelho, atribuída ao viajante Êphebo Tostes que dedicou seus últimos anos de vida a estudar esse crime. Boa leitura!

sábado, 6 de setembro de 2008

Primogênito


Como faz tempo que não posto nada por aqui! Alguns amigos já reclamaram.Mas não é que meu espírito criador tenha se exaurido.Pelo contrário.A questão é que meu lado profissional esta ocupando boa parte de meu tempo e as poucas horas que me sobram tento dividir entre minhas leituras, meus amigos e minha família,restando-me,dessa forma,pouco tempo de ócio. E o ócio, como dizem, é fator preponderante no espírito criador. Mas em função dos acontecimentos atuais não puder deixar de retomar algo que jamais deveria ter parado: a escrita! Sim. É ela que me alimenta e sustenta de certa forma.Quando escrevo exercito meu espírito, me torno mais sensível e compreensível com os fatos, ainda que boa parte do que produza reflita minhas angústias com a conjuntura mundial, leia-se : sociedade,política e economia.
Pois bem, o que atormenta meu espírito hordienamente é a magia do mundo moderno, da tecnologia. Ainda que pertença a esse mundo, que tenha nascido em uma sociedade já informatizada digo que, às vezes, ela ainda me surpreende. Me faz sentir ao mesmo tempo pequena e desmedida, livre e reprimida, enfim, são avalanches de sentimentos que, por hora, não aprendi a lidar.
Há exatamente duas semanas agradeço à Inglaterra por ter dado, no século XVlll, o pontapé inicial de uma transformação que alcançaria o mundo nos séculos seguintes - a era industrial. Graças à eles hoje posso dizer que o mundo nos pertence. Que as barreiras físicas e temporais não são mais intransponíveis. Que as distâncias se encurtaram de forma extraordinária. Obrigada James Watt...e tantos outros que nos permitiram desfrutar de seus espíritos criadores e revolucionários.

Você só se tornou possível dessa forma...