quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Universo Paralelo

Um espírito demasiado criador não consegue, por mai que tente, ficar com os pés fincados ao chão.
É difícil conceber a idéia do estável, do perene e do constante quando se é inconstante, quando se deseja mais do que as mãos conseguem segurar
O mundo não é estático. Por que as pessoas deveriam ser? Mas por que a culpa quando se quer o que todos querem mais não tem coragem de arriscar, de ousar?
Eu quero bem mais da vida
Quero me desprender desse chão
Quero o vento no meu rosto
Desalinhando minhas madeixas
Quero o incontrolável, o imensurável e o impossível.
Eu quero viver
Quero viver
Todos os meus dias em segundos
Todos meus desejos realizar
Todas minhas fantasias experimentar
Todas minhas aventuras arriscar
Não quero nada que não seja simplesmente o amanha.
O planejado e o esperado não me seduzem
Eu quero ter a liberdade de escrever minha história
A liberdade dos artistas, dos poetas, dos boêmios e dos mendigos
Não precisa ser em prosa, em verso
Basta-me a vontade de viver
De rascunhá-la com prazer
Não quero pensar nos percalços
Nem medir as conseqüências (porque gosto do imprevisível.)
Já chega de tanto blábláblá, de tanto calcular
Quero desatar essas mordaças
Que me afogam a alma
Atormentam-me o espírito
E que só serve pra criar a desejável segurança que o admirável mundo novo nos imprime
Eu quero viver
Sem ter que prometer
Sem ter que deixar meu rastro
Sem ter que gerar expectativas e criar ilusões (principalmente em mim mesmo)

Quero refazer conceitos
talhar novos moldes
elaborar teorias inimagináveis e sem cientificismo
inverter o processo de criação
misturar água com vinho
falar em 33 rotações
fazer valer
cada instante
cada segundo
da minha etérea essência
da minha frágil lucidez
preciso reformular-me
nascer de novo
do ventre criativo
da liquidez humana
da embriagues que não mendiga sanidade
Assim, sinto-me já um feto
fluídico
o cordão perpassa meu frágil corpo
veiculo humano das insensatez terrenas
sinto frio
sinto calor
sinto medo
minha pulsação acelera-se
avisto um fume de luz
mas que luz?
Tentáculos gigantes se aproximam
São um, dois, três..
Num instante são vários ao mesmo tempo
Descubro novas sonoridades
Novas sensações
Onde estou?

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